quinta-feira, 31 de maio de 2012

quinta-feira, 24 de maio de 2012

DERMATOSES BOLHOSAS AUTO-IMUNES

Doenças cuja manifestação cutânea primária e fundamental consiste em vesículas e bolhas. Ocorrem pela produção de anticorpos contra estruturas específicas da pele. PÊNFIGO FOLIÁCEO Relacionado com auto-anticorpos IgG (predomínio da subclasse IgG4) contra a desmogleína 1 (Dg1 = antígeno desmossomal de 160kd). Na histologia, temos a formação de bolha acantolítica intraaepidérmica alta, na região subcórnea ou granulosa (Dg1 tem maior expressão nas camadas superiores da epiderme). As bolhas contem ceratinócitos acantolíticos e soro e, ocasionalmente, neutrófilos e eosinófilos. Na imunofluorescência direta (IFD) de pele perilesional observamos depósitos de IgG e C3 na superfície dos ceratinócitos em todos os casos ativos. Através da imunofluorescência indireta (IFI) detectamos anticorpos IgG intercelulares circulantes no soro de pacientes com doença em atividade. O substrato mais sensível para esta reação é a pele humana normal e o valor dos títulos de auto-anticorpos apresenta correlação com a extensão da doença. PÊNFIGO VULGAR Relacionado com auto-anticorpos IgG (IgG4) contra a desmogleína 3 (Dg3 = antígeno desmossomal de 130kd) e às vezes adicionalmente contra Dg1. Na histologia, vemos bolha intraepidérmica suprabasal (local de maior expressão de Dg3 na epiderme) contendo células acantolíticas em seu interior. Os ceratinócitos da camada basal podem ter aspecto de “fileira de lápides”. A IFD de pele perilesional mostra depósitos de IgG e C3 na superfície dos ceratinócitos em toda a epiderme em nos casos ativos. A IFI detecta auto-anticorpos circulantes na superfície dos ceratinócitos. Para esta reação, os substratos mais utilizados são pele humana normal e esôfago de macaco. PENFIGÓIDE BOLHOSO Ocorre por auto-anticorpos da classe IgG contra antígenos da placa hemidesmossômica intracelular (BP230Ag1) e glicoproteína transmembrânica cujo domínio extracelular ultrapassa a lâmina lúcida (BP180Ag2). Na histologia, observamos a formação de bolha subepidérmica não-acantolítica associada a infiltrado dérmico composto por linfócitos, histiócitos e numerosos eosinófilos, que são sugestivos da doença. Na IFD, visualizamos depósitos de IgG e C3 na zona da membrana basal. Através da IFI, encontramos IgG (subclasse IgG4), importante para o diagnóstico diferencial do penfigóide bolhoso (PB) com outras dermatoses bolhosas. Para diferenciar o PB da epidermólise bolhosa adquirida (EBA), utiliza-se, na IFI, a técnica de separação dermo-epidérmica com NaCl (salt split skin), na qual há fluoresceína predominante no teto da bolha nos casos de PB e no assoalho da bolha nos casos de EBA. DERMATITE HERPETIFORME (DH) OU DE DUHRING Doença bolhosa crônica associada à enteropatia sensível ao glúten (doença celíaca) clínica ou subclínica em todos os casos. A histologia mostra formação de bolha subepidérmica não acantolítica com infiltrado inflamatório predominantemente neutrofílico (microabscessos) nas papilas dérmicas. Na IFD, temos depósitos de IgA de forma granular, flbrilar ou pontilhada concentrada ao longo da zona da membrana basal e nas papilas dérmicas. A IFI é negativa. Anticorpos IgA contra transglutaminase tecidual (detectada por Elisa) atualmente são considerados diagnóstico sorológico marcador de DH e doença celíaca. Ocorrem reações cruzadas entre os anticorpos que reconhecem as transglutaminases epidérmica e intestinal.

domingo, 6 de maio de 2012

FELIZ ANIVERSÁRIO!

HOJE O NOSSO BLOG FAZ UM ANO!
NÃO IMAGINAVA QUE ESSE PROJETO SERIA TÃO BEM RECEBIDO
OBRIGADA A TODOS PELO APOIO


sábado, 5 de maio de 2012

DEGENERAÇÕES

SEGUNDO VIRCHOW, DEGENERAÇÃO É UM ESTADO INTERMEDIÁRIO ENTRE A CÉLULA "SAUDÁVEL" E MORTE CELULAR. EM HOMENAGEM A ESSE GRANDE PATOLOGISTA VAMOS RELEMBRAR AS DEGENERAÇÕES COMUNS NA DERMATOPATOLOGIA. A MAIS FREQUENTE É A DEGENERAÇÃO VACUOLAR OU HIDRÓPICA, QUE ESTÁ PRESENTE NAS DERMATITES DE INTERFACE. A DEGENERAÇÃO RETICULAR, RESULTADO DE BALONIZAÇÃO DOS CERATINÓCITOS, É COMUM NAS INFECÇÕES POR HERPES VIRUS E DEGENERAÇÃO GRANULAR (ESSA ÚLTIMA TAMBÉM CHAMADA DE HIPERCERATOSE EPIDERMOLÍTICA) VISTA NA ICTIOSE BOLHOSA ENTRE OUTRAS DOENÇAS. INDIQUE QUAL IMAGEM CORRESPONDE A CADA UMA DESSAS DEGENERAÇÕES.

IMAGEM 1

IMAGEM 2

IMAGEM 3

quarta-feira, 2 de maio de 2012

BIÓPSIA EM DERMATOLOGIA



A biópsia de pele é ferramenta diagnóstica muito utilizada entre os médicos dermatologistas. Entretanto, sabemos que algumas vezes o resultado anátomo-patológico da biópsia de pele pode não ser considerado satisfatório… Vamos relembrar aqui algumas medidas e precauções que podem ser essenciais para a melhora desses resultados! 
Em primeiro lugar: a comunicação e a boa relação com o médico patologista! Isso começa com o preenchimento adequado da requisição do exame: nome completo, idade, raça, tipo de procedimento realizado (punch, biópsia incisional ou exsicional, curetagem, saucerização…), data do procedimento, topografia e DADOS CLÍNICOS (descrição das lesões, evolução e hipóteses diagnósticas). Recebendo as informações clínicas completas do paciente, o patologista consegue fazer um laudo muito mais esclarecedor para o dermatologista e seu paciente. 
Apesar de sabermos também das implicações estéticas da biópsia para o paciente, para nós, patologistas, quanto MAIS material, MELHOR! A escolha da melhor técnica e do melhor local anatômico para se retirar o fragmento de pele, dependerá  muito da hipótese diagnóstica da lesão. 
Logo após a realização da biópsia, o fragmento de pele retirado do paciente deve ser imerso em uma solução aquosa de formol a 10%. Não esquecer de identificar corretamente o frasco com o nome do paciente e a topografia da biópsia. No caso de biópsia realizada para exame de imunofluorescência, o material pode ser congelado ou preservado no meio de Michel, uma solução de sulfato de amônio tamponado.

Dicas de locais de biópsias incisionais:

Evitar lesões secundárias, como escoriação e infecção secundária
Evitar lesões tratadas
Evitar lesões muito novas ou muito velhas na sua fase evolutiva, pois podem não conter as alterações microscópicas necessárias e específicas para a conclusão diagnóstica 
Sempre que possível, sem prejuízo da adequada amostragem das lesões, evitar áreas esteticamente importantes, de cicatrização difícil (proeminências ósseas), membros inferiores (alterações decorrentes de estase), joelhos e cotovelos (áreas sujeitas a atritos constantes) e áreas com dano solar acentuado
Lesões melanocíticas: sempre que possível, devem ser retiradas completamente, pois permite avaliação da arquitetura da lesão, das margens cirúrgicas e, no caso de melanoma, de parâmetros histológicos como Clark, Breslow, índice mitótico, etc. Se for realizada biópsia incisional  (no caso de dúvida diagnóstica em lesões extensas ou em áreas esteticamente muito importantes, por exemplo), escolher a região mais pigmentada da lesão
Discromias: biopsiar o centro da lesão, na área de alteração mais acentuada da pigmentação; pode ser realizada também duas biópsias, uma da pele normal e outra da pele alterada (devidamente identificadas)
Doenças vésico-bolhosas: escolher lesões lesões recentes, de preferência preservando a integridade da bolha
Suspeita de linfoma: mais de uma biópsia
Erupção polimórfica (com lesões em vários estágios de evolução): mais de uma biópsia
Suspeita de paniculite: biópsia profunda, de preferência incisional, incluindo a hipoderme
Úlcera com suspeita de origem infecciosa: biopsiar no centro da lesão
Úlcera com dúvida de malignidade: biopsiar na borda da lesão, em mais de um local
Para exame de imunofluorescência: escolher pele peri-lesional nas lesões vésico-bolhosas e lesada no lúpus eritematoso
Biópsia de couro cabeludo: incluir hipoderme, onde estão localizados os bulbos pilosos dos pelos terminais; No caso de suspeita de alopécia não cicatricial, pode ser realizada uma biópsia adicional para o patologista fazer cortes transversais e a contagem de folículos pilosos

56) QUAL SEU DIAGNÓSTICO?

O QUE ESTÁ ABAIXO DESSE CORNO CUTANEO?